Com este artigo, terminamos a nossa série de estreia no mundo do conhecimento e do saber. Vamos conversar um pouco sobre as estratégias aplicadas ao terceiro setor e que vem se mostrando a fórmula vencedora de bons negócios (lucrativo, integrativo e evolutivo).
Como alternativa ao individualismo (utilitarismo economicista) e ao poder imperial (coloquial) do mercado, é preciso pensar numa economia solidária, estimulando e apoiando a iniciativas de cunho coletivo e popular para a produção de bens e serviços, passando pelo sistema de autogestão de empresas e pela constituição de cooperativas urbanas. A alternativa da economia solidária surge, tendo como fator determinante a cooperação, a coletividade e a coordenação, manifestando-se na cooperação no trabalho, no uso compartilhado de conhecimentos e informações, na criatividade social, na adoção coletiva das decisões e na melhor integração funcional dos seus integrantes.
Através das experiências de sócio economia, é possível construir, além de trocas de globalização (com visões de mundo e experiências da realidade distintas), também uma organização política alternativa com outra visão econômica a qual respeita a singularidade dos indivíduos de modo cooperativo. Tratam-se de movimentos sociais mais amplos lutando pela reintegração da atividade econômica associado ao valor social.
Para tanto, o processo de planejamento conduzido como eminentemente racional e sequencial deverá ser complementado pelo reconhecimento e valorização da intuição, além do conhecimento tácito adquirido através da hereditariedade das gerações. Dessa forma, privilegiar-se-á não só o conteúdo do plano, mas também as relações interpessoais existentes e a dinâmica do grupo durante os trabalhos.
Estratégias de gestão voltadas para o associativismo no terceiro setor. poderão estar pautadas na gestão para o eco desenvolvimento, que consiste em um planejamento com uma visão a longo prazo, através de estratégias concretas de intervenção corretivas. Dessa forma, as metodologias de planejamento e de gestão que deverão ser privilegiadas, envolverão os componentes estratégicos participativos, o qual requer o engajamento coletivo.
A ideia da economia solidária é justamente estabelecer relações de um comércio mais equitativo para além do local, para a venda da sua produção, além de estabelecer uma relação fraterna, transparente e respeitosa. Portanto, a participação, no seu sentido mais amplo (tomar decisões, dar opinião, discutir, debater), é fundamental e não é um processo fácil, já que pode implicar em decisões que irão dar mais ou menos dinheiro no final do mês, podendo gerar conflitos que, com certeza, fazem parte da democracia de relações.
Falar de uma relação fraterna, transparente e respeitosa, é falar de uma outra racionalidade mais substantiva, que transcenda a mera racionalidade reducionista. Organizações de empreendimentos solidários, baseadas no princípio de unidade de posse e uso dos meios de produção e distribuição com a socialização, serão caracterizados por dar início às revoluções locais, mudando o relacionamento entre os cooperados e com todo o meio social o qual interage. Essas revoluções acabam por ocorrer em nível individual e social. Com isso, a cooperativa passa a ser um modelo de organização democrática e igualitária que contrasta com modelos hierárquicos e autoritários.
Lembre-se: O DOM É SABER!!!
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